segunda-feira, 15 de maio de 2017

Estrela Preta

No chão,
uma estrela preta.
Astro de brilho atrofiado,
seus relevos alternam entre
o liso e o áspero,
qual certos minerais

Protagonista de minha vista,
aquela ferida na experiência
turva todo o em torno

Que ventre escroto
expeliu aquele
floco escuro,
foco do nojo,
concentrado!

Vida sem carne,
coração do lixo,
é força que pulsa
dos escombros e no
avesso das paisagens:

desloca-se com gozo por entre o que se descarta

Seco, tipo palha,
esse fruto desbotado
de uma natureza fria
(cantada pelos
poetas do esquecido)
não é mais que um ponto
- sujo -
na iminência de explodir
não pelos gases da química
ou paradoxos da lógica
mas pelo fortuito encontro
com a sola dura

Brancamole substância há de escorrer
do então embrulho de mistura do
que por enquanto ainda é
asa, antena, pata