sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Fantasma de Plástico

Fixado à pose, imobilizado pela matéria dura, preso ao instante como fantasmas de fotografia, cativo de uma sensualidade a que serve como suporte, Manequim! Algo do desejo o sutil olhar de seus olhos ocos exprime.

Não estando à venda, o que de você resta quando te compram o que vende? Possui alguma nudez? Ou está vestido da rígida matéria lisa se é o ar de dentro, substância lacrada, escurecida pela noite do fechado?

Com a profundidade de sua superfície, na coincidência fantástica do plástico morto com o mais vivo que a sua forma traduz – aquém das estátuas mas além dos homens que replicam a si –, agita em quem te vê isso que não se sabe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário