sábado, 23 de setembro de 2017

Certo aprumo

O que não vem pra sala,
isso que não é liberado,
nalgum lugar se instala,
noutra corrente emperrado.

Mesmo não existente,
aporrinha, faz coçar.
Traces no ausente,
pra coisa a rota acertar.

Não pode calhar palavra errada,
pois aquilo se cala mais ainda;
um desvio, perder o fio da meada,
tal antes mesmo de nascer já finda.

Ter no peito um suspiro?
Ou riso insinuado no rosto?
Antes, desembaralhes o delírio,
ames o porvir com sede e gosto.

E que se lance outra verdade
sem precisar ser poliglota.
Quem sabe surjam novas cidades!
Apruma a fala à tua revolta.





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