Entre as questões, aquelas relativas à existência de Deus são certamente as menores que há. Importa saber, antes, se quando eu já estiver morto ainda chagarão até mim o brilho das coisas que brilham e as cores das coisas com cor. Meus olhos são corpo, logo de duração bastante curta. E se tais fenômenos que justificam a vida não me chegarem por estar, eu, privado dos meios adequados para percebê-los, por que deverei me considerar que ainda seja alguma coisa, participante do Ser em algum grau? Fica claro que a noção religiosa de "olhos do espírito" não passa de uma quimera. Um colorido, mesmo que desbotado, o borrão dos míopes ou um lampejo qualquer valem mais que a vida do espírito e toda a eternidade.
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário